Senhoras e senhores, respeitável público pagão.
A partir de sempre todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser,
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase, nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas,
Entre vírgulas.
E estar entre vírgulas pode ser aposto.
E eu aposto o oposto: que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Sujeito e sua oração,
Sua pressa, sua prece.
Que enxerguemos o fato de termos acessórios para nossa oração
Sim, separados ou adjuntos, nominais ou não, façamos parte do contexto,
Sejamos todas as capas de edição especial
Mas sejamos também a contra-capa.
Ser a capa, mas ser também a contra-capa é a beleza da contradição.
É negar a si mesmo,
E negar a si mesmo é muitas vezes encontrar-se com Deus, com o teu Deus.
Senhoras e senhores, que nesse momento que cada um se encontra aqui,
Agora possa se encontrar no outro,
E o outro no um.
Até porque,
Tem hora que a gente se pergunta:
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
O Teatro Mágico